quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Isso não é nada!

Passei uma semana asfixiada pelo medo e pela incerteza. Passados 4 meses, volto a estar na mesma situação de tal modo tão marcante que me leva a pensar na minha mísera insignificância de ser humano e particularmente de mulher que pensa que pode tudo, que vai ter um grande futuro, que tem grandes projectos, que é empreendedora e inovadora, que pensa que vai mudar tudo em menos de nada. Eu, como tantas outras mulheres, sou assim, pertencemos a este grupo. Com orgulho, devo dizê-lo. Mas na verdade, tudo isto nos é retirado quando nos puxam a carpete. Uma carpete que pensávamos imaculada, principalmente sendo tão jovens, mas que na verdade, não é bem assim. Essa carpete chama-se saúde.
Com a minha idade, não deveria ter este tipo de preocupações e viver atormentada com medo do historial da minha família, mas tenho, e porque tive dois avisos. Dois momentos verdadeiramente preocupantes. Como nesses momentos tudo nos passa pela cabeça, incluindo eu ter dito às minhas amigas, naquelas discussões ridículas de “eu tenho problemas mais graves que os teus”  que apesar de não ter entrado na universidade, eu “podia morrer”… claro que nesse momento elas quase me bateram e berraram bem alto “QUE SEJA A ÚLTIMA VEZ QUE DIGAS UMA COISA DESSAS! ISSO NÃO É NADA!” e de facto não era. Quer dizer, estou a tomar um antibiótico mas não é nada de grave. Felizmente. Este ano já tive a minha conta. Mas vi na expressão delas que ficaram igualmente preocupadas e as mensagens hoje mostraram-no, no entanto, sempre a darem-me força e a dizerem-me “Não te preocupes que isso não é nada!”
 Por isso, hoje pensei: Vou criar um blog! Era algo que queria fazer há muito, mas que ia adiando ou arranjando desculpas “ah, mas e ninguém vai ler” “oh, mas eu não percebo nada de tecnologias…” mas eu não quero saber. Gosto de escrever e sentia saudades. Nem que escreva apenas para mim. Hoje também pensei nas inúmeras coisas que eu quero fazer antes de morrer, e criar um blog estava na minha lista.
P.S. Eu não sou assim tão melodramática (muito pelo contrário). Hoje o dia é que foi particularmente difícil.

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