quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

My eyes, my eyes, trajes académicos e palmieres...

Hoje finalmente fui com o meu homem comprar o traje académico e estava mais entusiasmada que ele! Sei que é feio, são bermudas em vez de calças, a camisa é de gola alta blábláblá, mas mesmo assim ele conseguiu fazer com que olhasse para a vestimenta com outros olhos... E que bem lhe acentava!
Por volta das 3 horas chegamos à loja e demos com o nariz na porta. Ninguém. Mas ouviam-se vozes. Espreitamos. Eram umas senhoras do outro lado, ao fundo do corredor que estavam a conversar. Fomos bater à porta "Boa tarde, não está ninguém ali na loja? No horário diz que abre às 2 e já são 3." "Ah, a colega atrasou-se um bocadinho (???) mas eu vou ligar-lhe!" (...) "A colega diz que já vem. Esperem só mais um pouquinho". Esperamos. 10 minutos, mais-coisa-menos-coisa, e ouvimos um carro a estacionar e alguém a subir as escadas. Era a senhora. Ups, era uma rapariga (25 anos, no máximo - ou enganava bem!) que se dirigiu a nós e disse "Vamos lá então?" Cadê as "Desculpem o atraso, mas tive um imprevisto!"? Nada. Adiante. Entramos, o meu homem disse que queria o traje completo e a rapariga lá lhe deu tudo a que tinha direito: bermudas, camisa, meias, tricórnio, sapatos, balzer, ... E ele lá foi provar. Ah, a loja tinha 2 metros quadrados e estava mais suja do que a minha casa em obras. Enquanto ele estava a vestir-se, tive tempo e mais que tempo para, discretamente, apreciar a peça que estava comigo. Ora a jovem envergava uma indumentária que enfim! Vestida com um fato de treino de cor deslavada, sapatilhas e cabelo apanhado com mola de cabeleireira. A sério?! Eu sou a favor de que as pessoas devam usar aquilo que se sentem melhor (lá por uns saltos de 15 cm serem muito elegantes, não é obrigatório usá-los no dia-a-dia! Há tanta mulher linda e maravilhosa de sabrinas, calças de ganga e blusa branca!) mas fato de treino e sapatilhas no local de trabalho e ainda por cima no atendimento ao público, não! Isso não! Só lhe falta ir de pijama ou algo assim. É confortável? É! Mas há que ter os mínimos.
Ainda por cima era mesmo novinha! Não era nenhum trambolho, muito pelo contrário, mas trenga que só ela!
Estivemos na loja para cima de muito tempo porque ora a camisa é apertada, ora os sapatos não entram, ora o casaco é largo, ora as calças estão justas... Mas no fim, tudo composto e no sítio, nem estava mau de todo... É o meu marido, e ele tem tudo no sítio, verdade seja dita!
Fiquei orgulhosa! O meu homem parece que ainda ontem estava no 10º ano e agora já está quase licenciado! Veio-me uma ou duas lagrimitas espreitar aos olhos mas contive-me, não ia fazer figuras!
No fim, tudo resolvido, disse adeus à rapariga e à sua mola de cabeleireira (pensando para mim que uso uma daquelas quando prendo o cabelo no banho e ela tem coragem de... enfim...) e seguimos caminho. Queria ir à biblioteca mas já não deu tempo, também queria ir a uma pastelaria lanchar mas já não dava. Disse ao meu marido que estava a ficar com fominha e que ia ter aula de condução das 5 às 7. Ele, querido qu'eu sei lá, parou na pastelaria e foi comprar-me um palmier! Soube-me pela vida, e partilhamos enquanto íamos a caminho de minha casa.
Às 5 horas, rumei até ao carro da escola de condução e hoje não houve nada de especial a apontar, nada digno de história ou breve apontamento, por sorte! Ou será que estou a aprender a conduzir?!
A dita cuja...

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