quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Raisparta o dia dos namorados!

No outro dia a minha madrinha ligou-me a perguntar se podíamos tomar um café e conversar um bocadinho, ao que eu respondi que na segunda não me dava jeito nenhum, mas que poderia ser na terça feira. "Ah não, terça é dia dos namorados e por isso tu vais estar com o teu namorado e tal. É melhor não!" "Mas madrinha, não é dia dos namorados para mim, é só terça-feira! No big deal!" - E nem com o meu namorado (?!) tive.
E é verdade. Não ligo nenhum ao dia dos namorados nem a prendinhas, nem a florinhas, nem a docinhos, nem a jantares românticos nem a nada que se lhe assemelhe apenas por ser dia de S. Valentim. Eu gosto disso tudo ao longo do ano, e não num dia onde o mundo acha que é obrigatório celebrar. A mim parece-me que é tudo planeado mas como se fosse um pecado mortal não surpreender o parceiro, tudo demasiado artificial. Eu cá não gosto de ir jantar fora no dia dos namorados, nem os meus pais, que pensam como eu, mas como a minha mãe chegou tarde a casa e não tinha nada pronto, decidimos ir (como teríamos decidido noutro dia qualquer). Pensamos num restaurante que não é nada dado a essas coisas, que é pragmático, que não quer saber o que os clientes acham ou deixam de achar (e desenganem-se se acham que está sempre vazio. Muito pelo contrário) no entanto, a comida é maravilhosa e eu já lá vou desde que usava fraldas.
Entramos no parque de estacionamento e apenas havia um lugar. Quando entramos estava tudo decorado com balões e corações e fitinhas e faixas a dizer "Happy Valantine's Day" e por aí fora. Fiquei decepcionada e mandei logo a boca ao dono (que conheço desde pequenininha e que se tiver de me mandar à merda fá-lo sem problemas nenhuns) "Isto está tudo tão piroso Tó! Já não é o que era!". Ele riu-se (vá lá que não me mandou para aquele sítio!). Esperamos para cima de 30 minutos para ter mesa. Assim que possível sentá-mo-nos e fizemos o pedido. Passados poucos minutos entra um grupo de umas 5 ou 6 pessoas e uma mulher à frente. Penso para mim "És mesmo parecida com aquela gaja do 'Vizinho, Mudei a Loja'" mas não disse nada. 5 Segundos depois o meu irmão sussurra-me "Aquela não é a do 'Vizinho, Mudei a Loja'? Como é que ela se chama?" "É parecida, é. Acho que é Rita Ferro Rodrigues. Mas não é ela." Não voltei a olhar. 5 segundos depois diz-me a minha mãe discretamente "Aquela é a da Sic." "É parecida mãe, não é ela" "É sim senhora!" E pronto. 10 segundos depois de ela ter entrado no restaurante, fez-se silêncio e todos ficaram a olhar (coitada da senhora). Eu e os meus pais continuamos a comer, que a fome já era bastante, mas a família que estava na mesa atrás de nós foi tudo menos discreta. Desde falar alto e a dizer "É a da Sic. A Rita qualquer coisa!!" e olhá-la fixamente e ver tudo o que ela fazia e pedia... Enfim, uma tristeza.
Eu nem gosto muito da senhora, que não gosto. Irrita-me profundamente quando está a apresentar o programa, mas ontem tive pena dela... Não há privacidade. Ela é muito mais alta do que parece e até é bonitinha, mas não ponham dúvidas que as maquilhadoras da televisão fazem milagres!
Anyway, recebemos uma notícia muito triste. O restaurante ia fechar. Um restaurante que eu adoro, que já lá vou desde bebé e que conheço os cantos à casa, o dono, os funcionários, que os trato pelo nome. É triste. E não é por estar a falir, não! Tem a ver com acções, finanças e pelo facto de ser um negócio de família.
E pronto, o meu dia dos namorados foi assim. Encontrei a Rita Ferro Rodrigues e soube que um dos meus restaurantes preferidos vai fechar.
Não foi dia dos namorados, foi só terça-feira.

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