sábado, 19 de maio de 2012

E quando temos os pézinhos num 8?!

As sandálias de Quinta-feira quase que me fizeram quinar. Verdade! Os meus ricos pés só encontram a paz de espírito quando mergulhados em água bem quente com sal e claro que tenho meia dúzia de feridas nas minhas reais patas. Agora até as sabrinas que parecem pantufas me massacram e eu não posso dar dois passos sem pôr aquela cara de sofrimento. A prioridade na minha carteira nestes dias deixou de ser o telemóvel ou o dinheiro e passou a ser o belo do penso rápido, mas mesmo assim, sou fraquinha dos pés, tipo Aquiles com o tornozelo.
Tudo isto por causa de umas sandálias. Foram aquelas, mas podiam ser outras quaisquer, visto que as minhas patas foram feitas para andar de chinelos de dedo (e mesmo assim!) ou até sem qualquer calçado e mesmo os mais confortáveis - sapatos de vela, por exemplo - fazem com que eles se queixem até à exaustão, gritam mesmo e oferecem-me, no mínimo, duas ou três feridas - em cada pé!
Ontem eu e o meu namorado combinamos ir a Braga, ao Banco Alimentar (aquilo onde eu e ele carregamos a mala da carrinha com alimentos e depois descarregamos na Junta de Freguesia para a presidente distribuir por cabazes e oferecer às famílias mais carentes - famílias essas que ambos desconhecemos!) e ele vinha ter a minha casa às 10h da manhã. Pois que eu estava prontinha à hora, mas, claro está, de chinelos de dedo. Expliquei-lhe o quão complicado estava o negócio lá em baixo e que precisava de mais 10 minutos para pôr Betadine e um penso rápido, enfiar as patas nas sabrinas e pôr-nos a caminho! Ele ficou a olhar para os meus pés a perguntar-se como é que umas sandálias daquelas fazem isso e até teve a lata de sugerir "Vai de chinelos de dedo amor!" Eu?? EU DE CHINELOS DE DEDO SEM SER NA PRAIA OU PISCINA??? Ah ah ah ah, brinquemos, não? Claro que ele esperou enquanto que tratava das minhas patinhas e depois fomos embora.
Mais tarde, perguntou-me como estava dos pés, ao que lhe respondi que ainda me doíam um bocado e ele disse: "Fogo, deita mas é as sandálias fora! Já viste como te puseram os pés?". Fiquei um tanto ou quanto ofendida e respondi que "Mas eu gosto demais delas, e quando se gosta demais não importa se magoa. Nunca vamos deixar, não é?". Ele entendeu, e eu nunca vou deitar fora as minhas sandálias nem ignorá-las e deixar de as usar, mesmo que me magoem até à exaustão elas são minhas e eu adoro-as. E como tudo na vida, estamos sempre dispostos a desculpar quem amamos, não é?

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