sábado, 9 de junho de 2012

ICoC - International Conference on Color (Conferência da Cor)

Ontem foi um dia daqueles que eu gosto, intenso, cheio de novas experiências, novas descobertas, cheio de informação. Ontem o dia foi assim e muito mais, foi entusiasmante e desejei que não acabasse!
Já todos sabem que Guimarães é Capital Europeia da Cultura em 2012 (e será do desporto em 2013) e que todos os dias há dezenas de eventos, exposições, acontecimentos a decorrer. Ontem fui ao que mais me entusiasmou até agora: ICoC- International Conference on Color (Conferência da Cor). Sim, pode parecer muito aborrecido ouvir pessoas a falar, mas para mim não é porque essas pessoas estão a falar de algo que é dos meus principais interesses - a cor - e essas mesmas pessoas são nada mais nada menos que Alexandra Moura, Luís Buchinho e Maria Gambina. Durou apenas 45 minutos, que mais pareceram 5, e saí de lá com uma vontade enorme de ficar a manhã, a tarde e a noite toda a ouvi-los. Dei por mim a fazer-lhes perguntas para que a experiência durasse mais um pouco! Bebi tudo o que disseram.
Primeiro fiquei absolutamente surpreendida com a atitude dos três designers que tanto admiro (não consigo eleger apenas um) e com a disponibilidade e por serem tão acessíveis ao público. Por se preocuparem em responder às nossas perguntas e de se fazerem entender. Posso dizer que os três têm linguagens muito distintas e públicos diferentes e foi muito interessante ouvir tudo o que tinham a dizer sobre a cor nas suas colecções.
A Alexandra Moura é adepta do preto e disse que não era estranho para ela fazer uma colecção de Verão nessa cor ou outras cores escuras e neutras, que não escolhe tons por serem tendência mas sim por lhe criarem empatia mas na maioria das vezes ignora-as ou concentra-as, por exemplo, nos acessórios:
Quando lhe perguntei se havia alguma cor eleita dos consumidores que fazia com que as colecções se tornassem mais rentáveis, respondeu-me que não quer saber e que não é nisso que pensa quando está a criar, mas sim se ela própria se vê nas suas criações e se ela própria as aprova.















Colecção Primavera/Verão 2012
Fotos do Facebook da Alexandra Moura: 

Por sua vez, o Luís Buchinho, extremamente simpático e acessível, mostrou-nos que a cor por vezes é a sua inspiração e que não tem propriamente um tema para cada colecção mas baseia-se na sua intuição e naquilo que gosta e que considera atractivo. Confessou-nos que não gosta do amarelo, mas que na colecção P/V 2012 o utilizou por achar que combinaram muito bem com os outros tons ou cores. E resultou! Trouxe-nos as paletas de cores das últimas colecções o que foi muito interessante ver que como elas todas juntas não são tão bonitas mas combinadas com outros tons e texturas assumem características completamente diferentes. Disse uma coisa muito interessante e que eu concordo a 200%: mais importante que o modelo da peça, é mesmo a cor porque é o que contactamos primeiramente quando está pendurada no cabide e os nossos olhos têm sempre tendência para ir até à cor de que mais gostamos. O modelo vem depois. Por isso é que a escolha da cor, da textura e do padrão é tão ou mais importante do que a escolha do modelo.

















Colecção Primavera/Verão 2012
Fotos do Facebook do Luís Buchinho

A Maria Gambina foi a última a falar. Tão querida que ela é! Ria-se tanto e via-se que estava nervosa. É uma pessoa apaixonadíssima pelo seu trabalho, pela moda e pela música. Fez uma apresentação diferente. Ela própria manuseou o power point e mostrou-nos fotografias das capas dos álbuns e das músicas que a inspiraram ao longo das 10 das suas 30 colecções. É uma artista muito gráfica e adora utilizar a cor em bloco ou total, inspirada sempre pela música e amante de Jazz, Soul, Bossa Nova, entre outros... Na colecção P/V 2012, a Maria fez uma brincadeira gráfica com a capa do álbum que estava a ouvir puxando as cores até ficar uma mancha:
Que resultou no print que vemos na peça em baixo:







Colecção Primavera/Verão 2012
Fotos do Facebook da Maria Gambina

Claro que nos 45 minutos que lá estive, muitas outras coisas foram ditas, muitas perguntas foram feitas e muitas curiosidades desfeitas. Sem dúvida uma grande experiência que eu não me importava nadinha de repetir! Podiam trazer da próxima vez o Nuno Baltazar, o Miguel Vieira e a Katty Xiomara. Era a alegria aqui da menina!
Tenho pena que estes artistas não sejam mais reconhecidos. Portugal tem tanto talento e ninguém entende isso!

Alexandra Moura

Maria Gambina

Luís Buchinho


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