Não era muito virada para a moda que se vê nas revistas e nos desfiles, mas sempre gostei da autenticidade, do exclusivo e principalmente de inventar. Normalmente gostava de coisas que mais ninguém gostava e via potencial em objectos que mais ninguém via, mas sempre associei isso ao gosto pela Arte e não pela moda em si.
Num desses dias de 2009 (Setembro, se não me engano) compro a revista Happy e nem sei bem porquê. Folheei-a e encontrei-as. Fiquei obcecada e inspirada. Desde esse momento, tudo mudou. Mudou mesmo. Comecei a ver as coisas com outros olhos e a entender que o design é muito mais interessante e livre que a arquitectura e os meus objectivos mudaram.
Comecei a beber tudo, Happy, Vogue, livros biográficos da Coco Chanel, via desfiles atrás de desfiles no youtube, consultava livros, desenhava, copiava e criava, comecei a desenvolver o gosto pela cor, pela forma, pela estrutura, perceber o que era elegante e o que era piroso, conseguir criticar construtivamente uma colecção, ver com as mãos em tudo o que fosse lojas de grandes grifes e provar o material com os olhos... Tudo me fascinou. E tudo começou com elas:
Sandálias Louis Vuitton by Tom Ford.
Ainda hoje são o meu objecto de desejo, a minha obsessão, a minha inspiração e ainda hoje "não sei parar de te olhar". Vão ser para sempre o meu botão e o meu fósforo. Porque a roupa não é só roupa para mim. Tudo tem uma história. Praticamente tudo o que eu tenho no meu guarda roupa tem uma história por trás, tem amor e carinho de uma dona que as respeita e que as adora. Agora imaginem se tivesse estas meninas em casa. Fazia como o marido, que diz que se fosse muito rico, comprava um carro (não me perguntem qual é) e punha-o num cofre e só o abria para olhar para ele. Eu provavelmente punha-as numa vitrine armadas com raios lazer e alarmes e um segurança 24 horas, mas isso sou eu a divagar.
Só por isto tudo acho que o senhor Tom já merecia uma beijoca minha.
A moda pode mesmo mudar a vida das pessoas e não é necessariamente uma futilidade.
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