e estava com o marido ao lado, mas aconteceu. Estas coisas não se controlam, não é verdade?
A I. fez anos no Sábado e houve, obviamente, festa. Acabamos a noite na fila de pagamento de uma discoteca que estava para lá de enorme. Estavam uns miúdos à minha frente que por acaso eu conhecia por serem da minha freguesia. Um deles estava agarrado à sua mais-que-tudo aos beijos e aos amassos como se a senhora da caixa os fosse separar e eles estivessem a aproveitar até ao último segundo. Eu e o marido olhávamos um para o outro um tanto ou quanto chocados (somos uns conservadores, senhores!) com a idade dos miúdos e com a atitude deles em público, mas o amor é assim.
Esta história toda QUASE que me fez perder o amor da minha vida. Felizmente consegui desviar o olhar e aí é que se deu o flash. Fiquei boquiaberta, fiquei apaixonada, fiquei sem ar e não mais consegui desviar o olhar dele. Comentei com o marido que tinha de o ter. E ele até concordou comigo e disse que gostava do aspecto dele. Não tive coragem de o ver mais de perto, mas não tirei os olhos dele. Quis ter a coragem de ir perguntar de onde é que ele veio, mas não tive coragem. Too perfect.
Não mais me esqueci daquela paixão avassaladora e duvido que algum dia passe.
Na Terça-feira andava com o marido no shopping e fomos os dois à Zara ver os saldos (agora até que se aproveita qualquer coisinha, mas nada de extraordinário). Foi então que, naquelas mesas com roupa a monte tipo pirâmide, estão a ver? Daquelas que se vê tudo e não se vê nada de nada, descobri uma ponta de tecido a espreitar lá no fundo. Quase desmaiei senhores! Desenterrei a peça que reconheci como uma mãe reconhece o seu filho e tive a certeza que era da família do amor da minha vida. Eram as calças e o meu amor é um casaco. Nunca o avistei nas lojas, nem na loja online, nem em nenhuma pessoa na rua, sem ser naquela criança, naquela discoteca, à minha frente, no Sábado. Hoje vou fazer uma nova investida e, se tudo correr bem, um novo investimento.
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