A semana parecia que nunca mais acabava, fogo! Nunca desejei tanto uma Sexta-feira, minha gente, e ainda não começamos a sério (testes e trabalhos, quero eu dizer).
A Quinta-feira lixou-me a semana. Sou rapariga que preza o descanso. Sou daquele tipo que quando trabalha é a 100% - mas sem ir à cama, até - mas quando não há que trabalhar, gosta de se esticar por entre os lençóis o máximo de tempo possível, como qualquer ser humano comum, suponho.
Nesse dia só tinha aulas às 2 da tarde. Óptimo. Excelente. Podia levantar-me ao meio-dia e estava tudo perfeito. Não. Não foi perfeito. Tive de levantar o cuzinho da cama às 9 da manhã (e já atrasada, vá) porque tinha de estar na universidade às 10.30h para um professor instalar um programa que vamos trabalhar durante este semestre numa cadeira. E tinha de ser mesmo esse senhor a fazê-lo. Ora que na Quinta-feira o mundo esteve para acabar por entre a chuva, o vento e o frio e eu sem me decidir qual deles odiava mais. Agasalhei-me bem e dei início à minha jornada - atravessar a universidade até ao ICS com a chuva, o frio e o vento a fustigarem-me! Tenho a declarar que o meu guarda-chuva foi abatido logo nas primeiras passadas e encontra-se gravemente ferido neste momento. Naquela altura entrou em coma e deixamos de conseguir contactar. Fiz o resto do caminho transportando-o nos braços. Quando cheguei em frente ao homem e lhe entreguei o computador, senti-me como se estivesse a destruir o anel, tamanha missão tive e tamanho sacrifício passei. 10 minutos depois ele diz que já está, que podia ir. Sim, gente, eu passei isto tudo por 10 minutos.
Mas não ia voltar para casa, chegar às 11.30h para à 1h já estar a sair outra vez! Não ganhava para mais nada sem ser para gasolina... Naahh. Estava sozinha. O que é que uma mulher sozinha faz quando tem de passar tempo? VAI PARA O SHOPPING MAIS PRÓXIMO, pois claro! (acertaram, muito bem!)
Tive por lá umas 3 horas mas que pareceram 30 minutos. O normal. A Zara dá-me tonturas de tanta coisa linda dentro do mesmo espaço e eu pobrezinha que nem um português troikado. A Zara Home... eu nem tenho palavras para descrever a nova colecção da Zara Home. Quase que (des)falecia lá dentro no meio de tanta coisa linda. A H&M está péssima. A Blanco já a vi melhor. A Mango idem aspas - mas finalmente entrei numa loja e realmente consegui ver AS SANDÁLIAS que eu adoro:
Mas ainda há dois amores em território desconhecido. Não os encontro em nenhuma loja que vá. E quando pergunto por eles respondem-me "Pode fazer a compra na nossa loja on-line!" e eu respondo "Eu sei que posso, mas eu gosto de ver o artigo e experimentá-lo antes de o comprar" e a funcionária diz "mas se não gostar pode trocar" e eu sou obrigada a dizer-lhe o óbvio - que não quero gastar esse dinheiro sem ter a certeza que vão ser investidos naquelas peças. O resto não me agrada. Elas torcem o nariz, mas eu sou assim, paciência. Quero ver antes de comprar:
Mas adiante. Na Blanco deu-se-me o fanico. Eu não ia com intenções de comprar nada. Juro que não. Acho que tenho gasto dinheiro a mais e sei quando devo parar, mas a Blanco abusou de mim, agrediu-me, insultou-me e gozou com a minha cara e com a ideia que eu tinha de não gastar um tostão sem ser para o almoço. Acenou-me com umas calças que são uma paixão antiga com um desconto de 70%. Eu estive duas vezes para as comprar, mas achei que eram demasiado caras para aquilo que eu acho que as vou usar - eu adoro, mas não fazem muito o meu estilo. No entanto, com aquele preço eu entrei em histeria. Tipo isto:
e corri com elas para os provadores e com mais umas calças-paixão que estavam exactamente na mesma situação e um vestido. O vestido assentava terrivelmente mal e ficou imediatamente de lado. As outras calças ficavam-me a nadar e não me favoreciam nada. Lado. As "tais" eram o número abaixo do que eu costumo usar porque não havia o meu, mas eu, crente, decidi experimentar na mesma. Serviram - mesmo que não servissem acho que era gaja para emagrecer por elas. Estou a brincar, clama! - Eram bem justas, mas serviram. Apercebi-me que elas iam alargar (porque o pouco de tempo que estive com elas vestidas nos provadores vi que me iam ficando cada vez mais confortáveis) e não mais as larguei. Hoje usei-as e digo-vos que são super confortáveis!
Ia eu toda feliz com a minha nova aquisição (nem vos digo quanto me custaram porque não iam acreditar!) quando reparo que já são horas de almoçar. Sentei-me sozinha, numa mesa a um canto, puxei do caderno e da caneta e fui tirando umas notas para a minha primeira entrevista que vai ser feita na Terça-feira. Por volta das duas menos um quarto pego nas trouxas e fui embora.
Estacionei o carro no parque subterrâneo da universidade - um luxo! - só porque estava a chover torrencialmente e a sala ficava a 5 metros daí, caso contrario ficava a 10 minutos a pé (sem guarda-chuva!). Está tudo muito bem quando reparo que me falta qualquer coisa. O SACO DAS COMPRAS!!!
Voltei ao carro. Nada. Vasculhei a mala. Nada. FICOU NA RESTAURAÇÃO. Foda-se! Não acredito. Não tinha tempo para voltar para trás e fui em choque para a aula. Sentei-me. Senti-me apática. As minhas amigas chegaram e perguntaram-me logo "O que tens??? O que se passa contigo??? Aconteceu alguma coisa???" e eu expliquei-lhes. Foram solidárias com a minha dor. Deram-me força e incentivo! "Elas vão ficar lá à tua espera, tu vais ver!"
Não ouvi a aula - também não me interessava.
No fim das aulas lá voltei ao shopping. Perguntei à senhora da limpeza. Disse que não viu nada, mas para falar com o segurança. Fui procurar o segurança. Expliquei-lhe. Ele disse que tinha pegado nisso e guardou. Fez-me meia dúzia de perguntas sobre a peça para ter a certeza de que eu era a dona! Confirmou-se a paternidade. Devolveu-me as queridas e eu vim embora, feliz.
Mas com estas e com outras cheguei a casa e já passavam das 19 horas. Tinha saído às 9.30h. Depois ainda estive a estudar até à 1 da manhã. Felizmente ontem (Sexta) só entrei às 14h e deu para recuperar. Mas como podem ver, não tenho tido a vida facilitada. E a culpa é minha, eu sei, sou muito "cabeça no ar" mas esquecer-me das minhas compras, nunca me tinha acontecido senhores, nunquinha!
Na Quinta-feira nem abri o computador. Ontem quando cheguei a casa, por volta das 18.30h talvez, nem tive sequer vontade de o tirar da mala. Limitei-me a esticar-me no sofá. Depois saí para jantar, fui tomar um café com o marido que já não o via há uns bons 20 anos e pronto, é assim a vida. De modos que vos estou a contar a minha sina e a justificar-me por não vos ter escrito antes.
Pelo sim e pelo não, fiquem atentos e não percam o próximo episódio, porque nós também não!
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