quinta-feira, 18 de julho de 2013

O meu amor

A tarde de hoje foi perfeita. Rumamos à praia. Eu e o meu amor. Quando lá chegamos o tempo estava nublado e triste e corria uma brisa que me fez puxar da camisola de malha. Desanimamos um bocado. 45 minutos de viagem e nem um raio de sol para absorver.
Não nos demos por vencidos. Passeamos pela rua de mãos dadas e eu cumpri a minha promessa que fiz na segunda-feira e dei-lhe um gelado - coisas nossas. Falamos sobre tudo e sobre nada, de Corneto na mão e com calma na alma. Depois do passeio decidimos mesmo ir para a praia. Estendemos a toalha mesmo em frente ao mar, só com meia dúzia de pequenos que não tinham medo da água gelada e brincavam como se não houvesse amanhã.
Ficamos ali, a brincar, a falar das nossas coisas, a rir e a cantar as nossas músicas baixinho - ele não sabe as letras e eu canto tão mal que acreditem ou não, aquilo tem muita graça! Claro que fizemos o favor aos nossos pouquíssimos vizinhos e cantamos só para nós ouvirmos. Há tanto tempo que não estávamos só os dois. De corpo e alma. Sozinhos, sem mais ninguém. E faz tanta falta...
Não sei se estivemos muito ou pouco tempo. Fiz questão de não querer saber. Soube-me tão, mas tão bem esta tarde... Como se estivesse mais leve, mais feliz. E chegamos à conclusão quando estávamos deitados, de barriga para cima, a olhar para o céu - "Não precisamos de muito mais do que isto para sermos felizes, pois não?", "Não, não precisamos mesmo!"

É bom chegar a conclusões destas com a nossa cara-metade, não é?



Mas ao contrário do que pensam, não fazemos muitos planos para o futuro. Quer dizer, claro que já falamos sobre o que queremos, como queremos, mas não vivemos para isso. Acreditamos que devemos aproveitar um dia de cada vez. É assim que fazemos, não há muito tempo, porque eu queria controlar tudo, até que a vida me deu um pontapé e lixou-me os planos todos. O nosso namoro também não era muito saudável assim. Ele ensinou-me a ter calma e deixar-me ir. Viver um dia de cada vez e vivê-lo bem. É o que fazemos e somos muito mais felizes assim!
Mas não pensem que somos perfeitos. Estamos longe disso. Há dias que ele me irrita até às entranhas e faz-me chorar muito, magoa-me. Há dias que eu sou uma cabra com ele, que o irrito e ele só não se chateia mesmo a sério comigo porque é a tranquilidade em pessoa (o meu oposto, portanto). Mas no final das contas, resolvemos sempre as nossas coisas. Sabemos que pouco temos em comum quanto à personalidade, sabemos que vamos chocar sempre e que vão existir muitas situações em que não vamos concordar com as atitudes um do outro. Vão haver muitas alturas em que vamos discutir, discutir muito. Vou dizer-lhe que não o quero ver mais, que é um mentiroso e que não me faz feliz. Depois vai bater a saudade, vou dormir e quando acordar vou aperceber-me que afinal não foi só ele o culpado ou que o que ele fez não foi assim tão grave, ou simplesmente que o amo demais para o deixar ir. Ele faz o mesmo. Nunca se cansa. Nem eu. E acabamos juntos, melhor do que antes. Estamos muito longe da perfeição, mas também não a queremos atingir. Estamos tão bem assim... Tão bem que até tenho medo de ser bom demais para ser realidade.
Eu amo-o. Eu sei que ele me ama. São quase cinco anos juntos e não me arrependo. Hoje em dia não há namoros assim tão longos na nossa idade, eu sei. Há quem diga que não é saudável, que devia namorar mais. Mas eu tive a sorte de O encontrar. Não o vou deixar ir com duas tretas. E eu sei que ele pensa o mesmo.

Afinal, a felicidade não é tão inalcançável quanto isso. Por vezes estamos demasiado distraídos e concentrados em encontrá-la que quando ela acontece, não nos damos conta.

Hoje fui feliz. E vocês?

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