domingo, 3 de novembro de 2013

As Cinquenta Sombras de Grey

Aviso à tripulação: quem ainda não leu e pretende ler este livro, por favor não continue a ler este post.



Ora bem, eu andava há bastante tempo com curiosidade para começar este best-seller. Sim, já sabia que é erótico e sim, já sabia que não é nenhuma obra de arte da literatura contemporânea, mas todos me falavam das maravilhas que este piqueno proporcionava - mais que não seja, umas gargalhadas.

A biblioteca ainda não tinha encomendado este livro e por isso vi-me obrigada a esperar. Até que na semana passada a Catarina trouxe o livro dela para me emprestar. Fez esta quinta-feira que passou uma semana.
Fiquei ansiosa, mas nessa noite não tive oportunidade de o ler. Comecei na sexta à noite. Sábado não li. Voltei a ler no domingo e até quarta, li um bocadinho em cada dia. Li-o em menos de uma semana. E poderia ter lido em menos tempo, não andasse eu a tombar pelos cantos de cansaço.

O livro é facílimo de ler. Lê-se num dia, se for preciso. Tem mais de 500 páginas mas é como se tivesse 10. A linguagem é extremamente acessível, a história é do mais simples que há, não há muitas personagens e passa-se tudo em menos de um mês (ou 15 dias?).
Sim, é sexo, sexo, sexo. Nada demasiado explícito. Não fiquei chocada nem com as imagens que criei na minha cabeça nem com a linguagem. A história - como 99% das pessoas deste mundo já sabe - é de uma rapariga que anda na universidade, é finalista, virgem e tímida que cora com um olhar desatento de um homem, que tem de entrevistar um poderoso empresário, milionário e misterioso, jovem e basicamente bom comó milho. Ele interessa-se imediatamente por ela e faz de tudo para a conquistar. Isso inclui viagens de helicóptero e presentes como um BlackBerry, Mac, e um pequeno automóvel e roupas com fartura. Tem um pequeno senão - ele gosta de brutalidade. Pois, gosta de punir a pequena com tau-tau no rabinho e chicotes, correntes, algemas e sei lá mais o quê. Até tem uma Sala Vermelha lá em casa. Já devem estar a imaginar, certo?
Ele diz que não "faz amor", ele "fode a sério". E é a verdade. Chama-lhe "querida" e "amor" mas não a deixa tocar-lhe. Tem preservativos infinitos nos bolsos das calças. Quer sejam calças de fato, quer sejam calções de treino. É uma animação. A miúda, de virgem púdica passou em dois dias a deusa do sexo que aceita quase tudo, incluindo, ser a submissa do Mr. Grey. Sim, passou o livro todo a aceitar e na última página revolta-se e pira-se dali para fora a merecer um par de estalos por deixar o rapaz abandonado e sem saber o que fazer. Se não gostava de tau-tau, dizia-lhe logo no início, certo?
O Christian Grey é um tarado sexual que a quer comer por ela trincar o lábio e castigá-la por revirar os olhos. Diz que isso dá-lhe prazer. É um controlador incontrolável, ciumento e amuadinho. Mas ao mesmo tempo gostamos dele.
Há quem diga "Quem me dera um Grey só para mim!", ó meus amores, vamos lá sossegar o espírito porque a parte do sexo pode ser entusiasmante e iludir qualquer uma a assinar o que quer que seja, mas a parte do controlador, ponto e vírgula. GPS's nos telemóveis? Oi? Castigos e tau-tau no rabinho porque sim? Não tocar no rapaz que está ali "para nos agradar"? Ser submissa e deixar de ter vontade própria? Partilhar o pequeno biju com a Mrs. Robinson? Não saber nada sobre o seu passado negro? Não me parece crianças... Não me parece de todo!
Um homem quer-se por inteiro! Não é por ele ser um deus do sexo e ter um Charlie Tango que me faria apaixonar por um sado-maso perturbado que precisa de controlar tudo, inclusivé a minha pessoa.

Bom, mas de facto, e apesar de não ser, como já disse, uma obra de arte da literatura contemporânea, é excelente para relaxar. Foi o que me "salvou" desta semana caótica. Ficava ansiosa para me deitar na cama, à noite (a única altura em que gosto de ler) e continuar aquela história e abstrair-me de todos os prazos de entrega de trabalhos.
Não pensem que é um livro denso. Não é. É leitura light, tal como os filmes de domingo à tarde. Mas vale a pena. Penso que o segundo vai ser muito melhor (são sempre), mas este não esteve nada mal. É mais ou menos como a saga Twilight, estão a ver? Sim, todos dizem que não gostam, que é horrível e todos conhecem, todos leram e todos viram.
Se querem ler, força nisso! Não liguem às críticas depreciativas de pessoas que só gostam de ler Saramago. Tudo faz falta. Eu adoro ler Fernando Pessoa e adoro ler Meyer e daí? Sou menos culta por isso? Vamos lá quebrar com os preconceitos e ler aquilo que nos apetecer, sim?

Ah, e pensem na vantagem: é o único livro (quase) erótico que podem ter na mão durante todo o dia sem serem olhadas de canto ;)

Entretanto, espero pelo filme, que tenho a certeza que será um sucesso. O que mais me apoquenta é quem será o senhor Grey. Para mim só há três hipóteses e mais nenhuma. A minha amiga, dona do livro, já me mostrou quem foi escolhido para o papel:
É... Está bem.
Na falta de melhores, que é como quem diz:




Just saying.
Ao menos na minha imaginação, eu contrato quem eu quiser para o papel.

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