domingo, 2 de março de 2014

Ontem foi noite de cinema 18

Capitão Phillips
Quando o vi não sabia absolutamente nada sobre ele a não ser que entrava o Tom Hanks. Não fazia ideia de onde se passava a história, se era verídico ou não, se era atual ou de outra época. Estava literalmente na perfeita ignorância. E isso foi ótimo porque não criei expectativas como criei com outros filmes nomeados para os Oscars.
O filme é muito bom. Não o suficiente para ganhar a estatueta de melhor filme, mas ainda assim, muito bom. Este ano vai ser um ano complicado. É dos anos com mais e melhores filmes que me lembro.
O Tom Hanks esteve perfeito no papel de Capitão Phillips. Sereno, profissional, experiente e muito inteligente. Aliás, este ator raramente desilude. Adorei, claro, "O Código Da Vinci" e "Anjos e Demónios" mas dos meus favoritos dele será sempre "Filadélfia" que deveria ser obrigatório! Descobri este fim de semana que o senhor já participou num filme com a minha Madonna - "Liga de Mulheres" - com 7.0 de IMBD.
Mas voltemos ao "Capitão Phillips". Bom cenário, bons efeitos. Tudo muito realista. Muita tensão. O filme é tenso. Penso que é essa palavra que o define. Não tem grande ação ao estilo de Hollywood mas deixa-nos nervosos, inquietos e a querer ver o assunto resolvido de uma vez por todas. A parte do filme que mais me impressionou foi quando o Capitão entra em choque e mal consegue falar. É tão realista, de uma encenação tão perfeita que incomoda.
Aconselho a verem, claro. É um bom filme que mostra duas realidades duras, mas ainda assim, duas realidades.

The Hunger Games: Em Chamas
Vi o primeiro e gostei. Não foi pela história, porque essa já é muito batida ("Os Condenados", por exemplo) mas pelos pormenores. Gostei essencialmente pelos pormenores. Pelo guarda-roupa, pelos toques na história que a torna diferente das outras, pela Jennifer Lawrence que foi uma revelação.
Mas a verdade é que não me prendeu ao ecrã. Não fiquei fã. Não fiquei ansiosa pelo filme seguinte (sim, porque é uma trilogia).
Vi o segundo por curiosidade. Nem estava muito interessada, mas vi na mesma. Adorei. O segundo tem ação, tem voltas interessantes, tem esquemas bem montados, tem pormenores inteligentes e tem ainda melhor caracterização que o primeiro. Mas o que mais gostei neste filme foi o realismo e a atualidade. Numa era de reality-shows onde os concorrentes são pagos para fazer o que a produção manda e onde esta pode facilmente mudar o jogo a seu bel prazer para beneficiar uns e prejudicar outros. No fundo, estes programas de reais têm muito pouco. Têm sim manipulação e esquemas bem montados para que nós, o público estúpido e ignorante, vá comendo aquilo que nos atiram sem questionar primeiro.
Só por isso, adorei o filme.
Mas depois também há os cenários incríveis, as tecnologias que nos parecem tão futuristas mas que, na realidade, não o são (daqui a 4 ou 5 aninhos veremos), as construções, as metáforas, o guarda-roupa melhorado, a maquilhagem, os penteados, e os valores que os personagens transmitem.
Não é um filme para todos os gostos, mas ainda assim aconselho.

Filomena
Gostei do assunto do filme e queria muito vê-lo. Mas acabou por ir ficando sempre para segundo plano. É talvez por não ter grandes expectativas em relação ao filme que este se tornou numa das melhores histórias que conheci ultimamente (ou desde sempre). O filme é LIN-DO! Não tenho problemas em dizer que chorei baba e ranho. Mas chorei mesmo como uma criança pequena. É uma história tão intensa, tão triste, tão desesperante... É um desassossego que não dá para explicar. E a narrativa está tão boa, tão fluida, tão cheia de dinâmica que não considero que haja cenas desnecessárias ou que estão lá apenas "para encher chouriços" porque tudo tem informação, tem emoção, tem conteúdo.
Mais uma vez a senhora Judi provou que é isso mesmo, uma Senhora. Fiquei hipnotizada com a sua Filomena. É mesmo boa atriz, fogo! E o Steve Coogan (desculpem a ignorância, mas eu não o conhecia) também não ficou atrás.
O que mais gostei deste filme foi mesmo a história em si. Verídica. Apaixono-me sempre por filmes que relatam histórias reais. São sempre os meus favoritos. Mas também o que me emocionou mais foi a fé da Filomena. Aquela fé inabalável que perdoa tudo e todos. Contrastando com essa realidade, a personagem de Steve é completamente cética. E eu revejo-me nele. Talvez também tenha sido por isso que me identifiquei tanto com este filme, porque eu sabia que iria dizer o mesmo e ia ter as mesmas reações que o jornalista - eu sou daquelas pessoas que quando me dizem "Graças a Deus que passaste às cadeiras todas" eu respondo "Graças a mim que estudei, não foi Deus que me fez os trabalhos nem os testes! Por isso eu é que tenho os louros". Mas a senhora Filomena dá-nos uma lição enorme durante todo o filme. É uma história que não me vou esquecer. Marcou-me fundo e eu vou voltar a vê-lo, certamente.

O Clube de Dallas
O filme tem uma boa história, mas que sozinha não vale de muito. Depois entra o Matthew e eu fico completamente arrebatada com a sua interpretação. E não falo apenas no modo como ele encarnou a personagem emocionalmente. A transformação física é impressionante. Eu continuo a dizer que até assim ele é um homem lindo, mas a minha mãe discorda totalmente e diz que não sabe como foram capazes de fazer aquilo ao moço, tão lindo que ele era e teve que ficar assim.
Contudo - e nunca pensei dizer isto -, de quem eu mais gostei foi do BRILHANTE Jared Leto. Das melhores interpretações que tenho visto ultimamente. Eu só espero que a academia lhe entregue o Oscar de melhor ator secundário. Caso isso não aconteça, será uma tremenda injustiça! Eu não tenho a certeza em relação a nenhuma categoria - até porque gosto de vários nomeados e nunca consigo escolher apenas um - mas depois de ver o Clube de Dallas tive a minha primeira epifania. Lembrem-se: E o Oscar para melhor ator secundário vai para... Jared Leto. A maneira como falava, como olhava, como virava a cabeça, como mexia as mãos, as expressões, tudo perfeito! Outro nível! Outro apontamento interessante é que o moço não é só um belo moço como também uma bela moça! Mesmo com SIDA e em fase terminal consegue ser gira comó raio! Melhor interpretação, senhores, melhor interpretação... E eu nem sou nada fã da música dele por isso estou a ser completamente imparcial.
Não conheço muito sobre a SIDA. Sei que ainda não tem cura, sei como se pega e sei que as pessoas começam a piorar com o tempo, não importa os medicamentos que tomem. E pouco mais. Gostei de ver este filme porque me esclareceu mais um bocadinho - ainda que pouco.
Também é retratado no filme o preconceito que se tem para com as pessoas com esta doença e para com os homossexuais. E pior, para com os homossexuais com SIDA. Mas também foi bom ver retratado que há quem consiga mudar de ideias e aceitar as diferenças.
Não quero revelar muito a história, porque gostava que todos a vissem. Não creio que vá muito longe no domingo porque tem uma concorrência como eu já não me lembro de ver. Por mim ganha o prémio para melhor ator secundário e mais nada de relevante. Sim, porque eu agora queria mesmo que o Leonardo DiCaprio ganhasse o Oscar de melhor ator (nunca pensei dizer isto, mas é a verdade). É um bom filme que vale mais pelas interpretações brilhantes do que de todo o resto.

O Grande Gatsby
Delirei com o filme. É uma fonte de inspiração. O meu olhar perdia-se no meio dos diálogos para absorver toda a informação visual à volta. Tudo era perfeito! E fico tão contente por perceber que há realizadores que se preocupam com as questões estéticas quase tanto ou na mesma medida que se preocupam com as questões técnicas.
O "Gatsby" é uma bíblia de inspiração. Desde as personagens marcantes aos figurinos PERFEITOS desenhados pela Miuccia Prada, aos cenários com palácios de cortar a respiração. E eu queria TANTO ir à casa do Jay Gatsby só para olhar para aqueles mármores lindos e polidos, para as piscinas simétricas, para os jardins cortados com perfeição milimétrica. Tudo tão visual, tão ao meu gosto, que se tornou um filme de culto para mim.
Quanto às interpretações: LEONARDO DICAPRIO, sou tua fã!!! E isto é tão estranho dizer... Sou rapariga de pancas. Meti na cabeça que não gostava dele e não achava graça a nadinha do que ele fizesse. Mas depois vi "A Praia", "Diamantes de Sangue", "A Origem" - que para além de não fazer o meu estilo de filme, gostei -, vi "Django", "O Lobo de Wall Street" e por fim "O Grande Gatsby" e chego à conclusão que é impossível não exigir que o rapaz leve o Oscar para casa.
Mas que ENORME interpretação! Fez-me suspirar! O Leonardo DiCaprio fez-me suspirar! E vocês não sabem o quão difícil é para mim dar a mão à palmatória e ainda por cima ser obrigada a admitir que não só gosto como virei fã do rapaz. E como ele está cada vez mais giro e charmoso (próximo Brad Pitt?)!
Mas fora com os suspiros. Vou tentar ser mais objetiva:
Bom filme. Uma grande história de amor reinterpretada. Eu não a conhecia e por isso foi tudo uma surpresa, apesar de ter percebido a um bocado mais de meio como iria acabar. Um amor destes nunca pode acabar bem, principalmente quando vem só de uma parte. Quanto ao Tobey Maguire só posso dizer que o rapaz me irrita até às profundezas e que me parece sempre um retardado, coitado! Tem menos um ano que o DiCaprio e ainda parece um miúdo a sair do secundário. Não acho muita piada ao trabalho do rapaz, para ser muito sincera. Parece que tem sempre a mesma personagem em todos os filmes e não consegue tirar aquela cara de totó. A Carey Mulligan esteve muito bem, muito pãozinho-sem-sal que era o que o papel pedia. Sensual e com cara de santinha q.b. Muito bem.
Cenários pensados ao pormenor, iluminação perfeita, decoração 100%. Tudo maravilhoso.
É um filme que vou recorrer várias vezes quando a inspiração me abandonar. Merece ser visto por todos.



Sticky&Raw
no Facebook e no Instagram
stickyandraw@live.com.pt

Sem comentários: