quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ontem foi noite de cinema 19

Minha nossa, ao tempo que não escrevo esta rubrica. Já não escrevo há tanto tempo que a maioria dos filmes que aqui estão já os vi para aí uma semana depois dos Óscares e, por isso, posso já não me lembrar muito bem. Mas vou tentar ser o mais direta possível. Afinal, cinema é dos meus maiores interesses, vejo imensos filmes (quando há tempo) e não sei porque não atualizo esta rubrica mais vezes! Um disparate!

Golpada Americana
Pois é, 26 anos depois falo-vos deste filme que foi um dos mais nomeados para os Óscares e saiu de lá de mãos a abanar. E bem merecido.
Realmente, o filme vale apenas pelas personagens. E que personagens senhores... Bem construídas, bem defendidas por grandes atores, bem caracterizadas... Mas depois falta conteúdo à história. No final do filme fiquei com a sensação de "Sim, e depois? É só isto? Não há nada mais a dizer?". Há um vazio. Não é um filme memorável. Para dizer a verdade, já estou com dificuldades em me lembrar de várias partes, mas lembro-me muito bem das personagens. São todos excelentes, mas destaco o Christian Bale (que ficou feio e gordo!) e a tola da Jennifer Lawrence que têm das personagens mais fortes. O guarda-roupa é impecável. E não estivesse a concorrer com o Grande Gatsby, achava que era merecedor do prémio. Um filme com um DVF torna-se logo mais bonito!
Em suma, não o ponham na lista dos prioritários porque vão apanhar, tal como eu apanhei, uma desilusão.

Blue Jasmine
Outro filme que já vi há uma vida. E de facto, é muito bom. Mas também temos que ter em conta que um filme com a Cate Blanchett não pode ser de outra maneira. É um filme muito realista, que retrata a vida de uma mulher que falida, não consegue manter o nível de vida a que estava habituada. Para o tentar fazer comete alguns erros e percebe-se que, no fundo, aquilo é bem mais grave do que uma pequena depressão ou incapacidade de baixar o nível de vida.
Fiquei muito curiosa com este filme principalmente depois da atriz ter ganho o Oscar. Não me desiludi com a história e muito menos com a sua interpretação. Contudo, vale a pena por causa da Cate.
Não é, mais uma vez, um filme memorável pela sua história, mas pela personagem neurótica que a atriz representa.

Brave: Indomável
E porque eu não me interesso apenas por filmes de crescidos e porque serei uma eterna criança (estou a imaginar-me a ver filmes da Disney com os meus filhos/sobrinhos com a maior animação), escolhi, uma noite destas, ver o Brave.
A Disney está a apostar forte no design gráfico, e faz muito bem. O cabelo da Merida é uma pequena obra de arte criada pelas novas tecnologias. Parece verdadeiro! É incrível.
O filme é lindo, tem uma moral maravilhosa. Conta a história do conflito de gerações, das zangas com os pais na adolescência, do "Eu é que sei!", aquelas situações pelas quais todos já passamos e havemos de passar com os filhos e com os netos... Ou seja, nunca vai acabar. Faz parte do cíclo. Claro que a história é adaptada a uma princesa que não quer ser princesa e a mãe que quer à fina força fazer dela uma rapariga "boa para casar". Não nos podemos esquecer do fator Disney, não é?
Mas gostei muito, acho que os miúdos se identificam com esta história e percebem que no final, a família quer sempre o nosso bem e está sempre em primeiríssimo lugar.

 

Nymphomaniac (Volume I e II)
Passamos diretamente de um filme de animação para um filme que muito facilmente (e também muito superficialmente) pode ser categorizado como porno. Mas de porno só tem mesmo as imagens e quem vir os dois filmes e continuar a achar que isto é porno, não entendeu, de todo, a sua essência.
Obviamente que o volume II é imediatamente a continuação do volume I, isto é, não são histórias distintas nem com personagens diferentes. É a história de uma misteriosa mulher, encontrada no chão de um beco escuro, por um senhor de idade, bastante maltratada. Ele leva-a para sua casa, cuida dela e pergunta-lhe como ficou naquele estado. E ai ela começa a contar a sua história. É uma ninfomaníaca e a sua vida não tem sido nada fácil. De facto, nós não percebemos o que é ter este problema. Achamos sempre que é uma brincadeira ou que são uns tarados, mas esquecemo-nos que ninguém consegue controlar e que as pessoas sofrem com isso. Não conseguir manter uma relação é apenas um dos problemas que têm que enfrentar. Mas há muitos mais.
São os dois filmes bastante extensos. Eu vi os dois seguidos e dei por mim, nas partes mais paradas a ficar aborrecida. Talvez não seja uma boa ideia fazerem como eu.
No entanto, adorei as metáforas ao longo do filme. As filosofias, as teorias, as comparações que parecem as mais descabidas e que depois de explicadas, fazem todo o sentido.
E o final? Magnífico! Magnífico! Magnífico! Considero este filme uma obra de arte cinematográfica. E não estou a exagerar! O guião é do mais bem escrito que tenho visto ultimamente. Todo o filme tem um encadeamento muito lógico, muito surpreendente. Quando pensamos "Porque raio está ela a contar isto? Que sentido faz para a história?", mais tarde acabamos por perceber.
A minha Uma teve uma participação curtíssima, mas fez-se ver. Excelente, como sempre! Foi devido a ela que quis ver este filme.
Penso que nunca tinha visto nada do Lars Von Trier, mas fiquei fã. Aconselho mesmo a ver e tentem ver muito mais além do sexo, de pilinhas e maminhas. O filme é tão mais profundo do que isso...

Her
Talvez das histórias mais originais que vi ultimamente. Talvez dos filmes mais bonitos (cor, luz, fotografia, planos, dinâmica, tudo esteticamente perfeito) que vi. Devia ser obrigatório.
A história não está assim tão longe de nós quanto isso. Não acho que seja algo tão futurista quanto isso. Penso que não tarda, teremos muitas Samanthas por aí e muitos Theos deprimidos e sem saberem relacionar-se. Já não nos está a acontecer isso? As novas tecnologias não nos estão a tornar cada vez mais isolados? O filme é uma bela reflexão sobre a atualidade, sobre relações, sobre aquilo que estamos a viver hoje, mas contado de um modo mais futurista.
Não quero abrir muito o jogo. Quero que vejam o filme.
E a participação da Scarlett é maravilhosa. Só sendo uma atriz muito talentosa é que é possível ter uma presença "física" como ela teve. Maravilhoso.
Mas para além da reflexão, aquilo que eu mais gostei foi mesmo da estética do filme. Lindo, perfeito! Se eu fosse realizadora, queria fazer algo assim.

Alguém tem alguma sugestão para mim? Quem filmes me aconselham?
E desta lista, já viram algum? Concordam comigo ou nem por isso?
Contem-me coisas!


Sticky&Raw
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