terça-feira, 15 de julho de 2014

Maléfica, a Disney e o Verdadeiro Amor

Nasci nos anos 90 e a minha infância foi, posso dizer, 49% influenciada pelos filmes da Disney. E que orgulho tenho nisso. 
Aprendi que um siri é um caranguejo na A Pequena Sereia. Que as safiras são azuis nos Aristogatos. Aprendi tanto sobre a cultura grega com o Hércules (talvez seja um dos motivos que a antiguidade greco-romana seja das minhas épocas favoritas na história das artes). Conheci o ciclo da vida com o Rei Leão. Aprendi a respeitar a natureza com a Pocahontas e sei há muito tempo o que é um guaxinim. Sei que não podemos julgar as pessoas pela aparência como a Bela fez com o Monstro e como a Esmeralda fez com o Quasimodo. Aprendi a ter força e coragem com a Mulan - "Pelo amor, lutar contra quem for!". Aprendi que não devemos aceitar comida - e nada! - de estranhos com a Branca de Neve. Conheci o significado de humildade com a Cinderela e aprendi a adorar e a respeitar os animais com os 101 Dálmatas, Aristogatos, Dama e o Vagabundo e Tarzan...

Enfim, podia continuar o post só com exemplos de lições que a Disney me ensinou mas acho que estes chegam para perceberem a influência que teve na minha infância... Eu era daquelas crianças que preferia uma cassete VHS da Disney do que um brinquedo novo. Segundo os meus pais, eu ficava horas a ver o mesmo filme, vezes sem conta. Acabava, puxava atrás - os meus pais tiveram que me ensinar muito cedo essa tarefa ou não faziam mais nada desta vida se não isso - e voltava a ver. Sei as falas dos filmes e as músicas de cor, ainda hoje. As minhas cassetes, mesmo com tanto uso, estão novas. Imaculadas. Eram o meu tesouro mais precioso. E quando eu insistia em não comer a sopa o castigo era óbvio: não havia filmes para ninguém!
Era também muito interessada em livros. Aliás, quando comprava a cassete queria o livro e se possível a Barbie. Pacote completo.

Os últimos filmes da Disney que tenho visto têm-me desiludido um bocado. Já não há aqueles valores tão demarcados como antes. As princesas já não são como as princesas de antes. Não é que os filmes sejam maus, que não são, acho-os é bem diferentes dos meus filmes da Disney.
Mas mal ouvi falar no filme Maléfica fiquei com as antenas bem ligadas. A Maléfica da Bela Adormecida era das minhas bruxas favoritas da Disney. Era a mais irónica, a mais "gira", a que tinha mais pinta - lábios e unhas vermelhas. Gostava dela e o meu irmão morria de medo quando ela aparecia e fugia para o quarto.
Contudo, a Maléfica iria ser interpretada pela Angelina Jolie. Não podia meter medo a absolutamente ninguém e a Disney fez-me a maior vontade de todas: juntar um dos filmes da Disney que amo de paixão com uma das minhas atrizes favoritas e, para mim, a mulher mais bonita do mundo. Fiquei curiosa.
Hoje, finalmente, chegou o dia em que fui ver Maléfica ao cinema. Fui com o meu irmão. Obviamente que ele já não tem medo da bruxa (que afinal é uma fada!) e nem sequer se lembra que alguma vez teve. Se lhe dissesse não iria acreditar.

Claro que ia com expectativas altas - só me tinham falado bem do filme. Mas o que eu não esperava era que a Disney me desse outra lição como estas. Saí do cinema sem querer falar. É o que me acontece quando o filme me faz pensar. Caramba, e se este fez...
Sim, é um filme mais "infantil" mas tem uma lição tão forte... Principalmente para quem, como eu, adorava A Bela Adormecida.
O filme mostra:
1. como é possível deturpar a realidade e fazer de alguém um bode expiatório - não é o que acontece a toda a hora no mundo real?
2. que as pessoas não são más sem motivos. Há sempre um coração magoado por trás, há sempre um trauma, uma infância difícil, há SEMPRE um motivo para a maldade. Eu quero acreditar que ninguém nasce naturalmente mau.
3. o amor verdadeiro existe mesmo e tem tantas, tantas, tantas formas. O amor verdadeiro de um casal, de uma mãe/pai como filho, de amigos,...
É óbvio que o filme é apenas isso, um filme. Mas fez-me pensar. E o que eu gosto de um filme que me deixa a pensar...

Fora a moral e a história encaixada na original (10/10), os cenários estão bem feitos, a luz, o "mundo encantado" vs. "mundo real", algumas personagens são bastante idênticas ao filme original...

Mas o que merece destaque é a Angelina Jolie. Bem, a mulher está lindíssima! Faz um papelão e tem tanta graça no seu jeito malvado. Quando contracena com a filha é mesmo engraçado. Ela manda-a embora e diz "I hate children". Ouvir a Angelina Jolie, mãe de 6 filhos, dizer isso é irónico e tem graça. É muito doce e fria ao mesmo tempo. É lindíssima e deixa-nos com os olhos postos no ecrã todos os segundos como se estivéssemos hipnotizados... Ou talvez isso só aconteça comigo, porque tenho uma paixão de anos por ela.

Não me quero dizer muito mais. Terão que ver o filme. Vale a pena o dinheiro do cinema senhores. Acreditem em mim. E se os vossos filhos já souberem ler bem as legendas, levem-nos convosco. Vão adorar!
E isto já não me acontece há meeeesmo muito tempo, mas já me apetecia ver o filme outra vez!


Sticky&Raw
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