terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

[Down]

Sempre fui correr, como prometido. Jantei sopa e uma banana, equipei-me e saí. Fui até ao ponto de encontro combinado e as pessoas começaram a aparecer. Às 9h05 já estávamos a dar sinais de partida. Eu já lá estava há 20 minutos. Fui fazendo aquecimentos e preparando-me mentalmente para o que aí vinha. Mas só quando o organizador deu a conhecer o trajeto que íamos fazer, senti-me quase a desfalecer... O quê?! Subir a rua Gil Vicente a correr? No final de tudo ainda tinha que subir ao Castelo e voltar para a Plataforma??? Confesso que as pernas começaram a fraquejar logo ali.
Comecei. Ia animada - dentro dos possíveis, depois do que ouvi - e a um bom ritmo, a acompanhar o grupo. Depois eles começaram a acelerar e eu não. Fui ficando para trás até que os meus rins me deram sinal de que o melhor era mesmo parar com essas brincadeiras das corridas. E a minha cabeça só pensava: se ainda mal começaste e já estás assim, agora imagina daqui a uma hora. Sais daqui e vais para o hospital...
É com muita pena que digo que tive que desistir. Fiquei tristíssima. Como já não ficava há muito tempo. Não sou tola. Nunca imaginei que conseguisse correr uma hora - eu, que aguento 5 minutos em passo lento! - mas pensei que fosse aguentar mais. Bastante mais. Tinha uma réstiazinha de esperança que conseguisse chegar até ao fim. Mas a verdade é que não faço nada desde novembro. Deixei de ir ao ginásio dezembro e janeiro por causa da Universidade. Como é que era possível que conseguisse correr uma hora? Era impossível.
Juro-vos que aguento uma tarde inteira de ginásio - aulas! Modalidades que muita gente não consegue acompanhar. Já fiz uma tarde INTEIRA de Body Combat com uma instrutora que não era para brincadeiras e, verdade seja dita, a maioria das pessoas desistia na primeira aula. Mas voltavam. Já fiz GAP, Localizada, Jump, Zumba (que odeio!), Pilates, Body Pump, Body Balance, enfim... Já fiz um bocadinho de quase tudo, mas o Body Combat acompanhou-me durante três anos da minha vida - que saudades do meu rabo desses tempos... E dos meus braços...
Fiz natação durante 5 anos e estou em nível de competição - embora que mais enferrujada neste momento, vá. Era a pessoa com mais resistência debaixo de água e fazia 25m sem respirar (mas com barbatanas, claro).
Como podem ver, não sou uma pessoa propriamente inexperiente no que toca ao exercício físico. Mas o atletismo sempre foi o meu calcanhar de Aquiles. Sempre. Com tanta resistência para a natação e sem resistência nenhuma para correr.
Por isso, posso concluir que o meu problema com as corridas não está nas pernas mas sim na minha cabecinha.

Não desisti das corridas. Mas primeiro tenho que voltar ao ginásio o quanto antes, ganhar estaleca de novo, ganhar confiança e depois sim, fazer-me à estrada.
É mesmo triste admitir que não consigo, mas também tenho que me sentir orgulhosa por querer (e queria mesmo!) experimentar uma coisa que sabia, à partida, que não ia gostar. Já é um começo! 


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