domingo, 12 de abril de 2015

[Ontem foi noite de cinema 26]

Digam-me lá há quanto tempo é que eu não escrevia nada nesta rubrica... Pois, provavelmente há tanto tempo que já nem se lembram quando foi a última vez. E não é que me tenha esquecido. Não. Não tenho é visto filmes, com enorme pena minha.
Mas hoje escrevo sobre dois filmes. Um foi um grande hit e outro quase desconhecido em Portugal.

Livre
Tinha uma grande curiosidade para ver este filme, confesso. Já tinha falado sobre ele aqui no blog.
É espetacular. Não é para todos, acho. É parado, passa-se quase sempre no mesmo sítio físico mas leva-nos a imensos outros sítios emocionais. É, sobretudo, um filme emocional.
Houve várias coisas que me intrigaram. Primeiro, ser uma história verídica, que me fascina sempre. Segundo, a Reese Witherspoon quase sozinha nesta história - como é que se ia sair? E terceiro, a viagem pela descoberta. Quase como um Comer, Orar, Amar mas mais extremo, mais solitário, com motivos muito mais duros.
Uma amiga viu. Disse-me que ia gostar. Vi no mesmo dia e, de facto, não desiludiu.
A Reese está maravilhosa. Está natural, está perfeita no papel. Os cenários são incríveis. A luz, o encadeamento da história (alternância entre o presente e o passado - flashbacks do passado vão explicando o presente).
Mas a história, o sacrifício, a penitência, a força de vontade, isso é a verdadeira essência da história. Foi o que me fez gostar tanto.
Claro que só posso dizer que aconselho vivamente que vejam. Principalmente se estão a ultrapassar uma fase menos boa onde precisem de força e vontade.


As Cinquenta Sombras de Grey
Já sabiam que não estava muito interessada em ver o filme, certo? Também já sabiam que perdi todo o meu interesse quando soube quem iria interpretar o papel de Christian Grey. E já sabiam também que li todos os livros e que posso falar mais um bocado sobre este filme porque tenho as duas visões.
Não me vou pôr com coisas, os livros são sempre melhores. Nós é que imaginamos as personagens, os sítios, a entoação, os olhares, tudo. É à nossa maneira. Num filme essa realidade é escolhida por outros para nós. Não temos qualquer interferência. Por isso nem vale a pena começarmos com coisas porque isso é um dado adquirido.
O filme é fraquinho. Ponto. Digo eu, diz o IMDB, diz muita gente que já leu os livros. É fraquinho porque não explica muita coisa, porque há cenas que parecem encaixadas vindas de sei lá bem onde que não fazem muito sentido ali. Há personagens cheias de força no livro e que passam absolutamente despercebidas no filme... Enfim, foi fraquinho.
Destaco, claro, a banda sonora que está maravilhosa, os móveis portugueses na casa do protagonista - aquela sala é linda de morrer e o facto de a Anastacia ser tão real, como se pudesse ser uma de nós, que se senta ao nosso lado na sala de aula. Tem pelos, não é extremamente bonita, o cabelo não está impecavelmente arranjado em qualquer situação, usa sapatos que me fizeram arrepiar de medo. Enfim, é uma comum mortal. As cenas de sexo são muito bonitas, nada porcas, nada pornográficas. Fiquei contente por ser assim.
Mas vamos agora ao cerne da questão. Onde é que está o Christian Grey no filme? Explicam-me? Este miúdo sem um pingo de charme era um figurante, não era? O ator verdadeiro teve um problema e este foi o melhor que se arranjou à última da hora. Não é o Grey. É um miúdo. Não é forte, duro, misterioso, charmoso, sensual. Não. Não é nada. E desculpem-me lá mas a cena em que ele tira a camisola à frente dela e lhe dá uma trinca na torrada é tão Morangos com Açúcar que eu corei de vergonha alheia. Juro. Que estupidez. Não foi nada natural e muito menos sexy.
Pronto, claro que há opiniões distintas. Obviamente que sim e mau era se não houvesse. Mas não me cativou, não me prendeu e não estou ansiosa por ver os próximos - se é que vão ser gravados.
Ah! Meninas (e senhoras) que querem um Christian Grey nas vossas vidas: a sério que querem um homem que vos obrigue a fazer-lhe as vontades todas sem que vocês tenham qualquer voto na matéria? A sério? Vender-lhe o carro? Meter-se na vida dela de uma forma super stalker... É pelo dinheiro e pelo sexo? Hum... Não me parece que esses dois motivos substituam a liberdade, o livre arbítrio. Que relação absolutamente aborrecida que devia de ser.
Pronto, sou a única pessoa no mundo que não me apaixonei pelo Christian Grey. Terei que contratar um advogado para me defender?


[Sticky&Raw]
Facebook | Instagram | 
stickyandraw@live.com.pt

Sem comentários: