quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

[Ontem foi noite de cinema 31]

Black Mass
Já o vi há muito tempo, no cinema. Ia cheia de curiosidade. Há muito que não via o Jonny Depp num registo deste tipo e estava interessada em conhecer a história. A verdade é que não há grande coisa a dizer sobre o filme. É excelente na caracterização das personagens - mesmo, mesmo muito boa, e não falo só do protagonista. As cenas são ótimas, muito realistas, muito ao estilo "documentário" de tão credíveis que são. É de salientar que esta história é verídica.
O que não me interessou muito foi a cadência da história. Há pouco dinamismo, há cenas bastante monótonas... Enfim, digamos que não é para todos os gostos. O interessante no meio de todas estas intrigas é que nunca conseguimos muito bem perceber se a personagem principal, que é um gangster, é bom ou mau. Então estamos sempre no limbo, a admirar ou a condenar as suas ações. É uma ótima história, sem dúvida. Cheia de surpresas e reviravoltas, num jogo de interesses sem fim. Quanto à parte técnica do filme, já tenho as minhas dúvidas. Mas uma coisa adorei (para além da caracterização) - a luz. Há planos com uma luz perfeita, lindíssima. Pancas, não é? Vejam o filme e digam-me se tenho ou não tenho razão.

O Estagiário
Há dias que não apetece ver filmes de Oscars, super densos e intensos. Não me acontece isso muitas vezes. Mas numa destas noites apeteceu-me ver O Estagiário. Uma espécie de comédia - nunca sei caracterizar muito bem estes filmes. Adoro a Anne Hathaway e também gosto do trabalho do Robert De Niro, por isso achei que os dois juntos ia resultar num filme engraçado.
Não me enganei nem um bocadinho. É um filme de domingo à tarde, claro, mas tem uma mensagem linda, e super atual sobre o conhecimento académico e a experiência de vida, sobre o confronto de gerações, sobre a forma de estar na vida, sobre a alegria de viver e a juventude seja em que idade for, sobre o carinho e o amor, sobre a família, o sucesso e o equilíbrio.
É uma história muito idílica, é certo, mas deve haver ali muitos pedaços verídicos, quer-me parecer.
E vamos todos bater palminhas ao guarda roupa da Anne que é de chorar por mais!
Confesso que é com estes filmes que deixo cair uma ou outra lagrimita. São estes que vão retratando a nossa vida e que nos vão tocando nos pontos mais sensíveis. É um filme para apontarem na vossa lista!

007 Spectre
Já não posso dizer o mesmo deste 007. Se houve filme mau que vi em 2015 foi este senhores. É terrível, cheio de cenas absurdas, sem conteúdo algum... Péssimo. Na minha opinião, o pior de todos até agora.
Está bem que pode ser birra minha por não gostar nem a pau deste Bond. Eu sempre gostei do anterior, do Pierce Brosnan, por isso este Craig não me convence nadinha. Não tem aquele je ne sais quois. Está ótimo em filmes do género Os Homens Que Odeiam as Mulheres, mas nestes torço sempre o nariz. Como se costuma dizer: ou se tem ou não se tem!
Voltando ao filme. Tem um início promissor no meu ponto de vista: Dia dos Mortos no México, cheio de efeitos visuais que eu adoro. Mas depois é um rol de mais-do-mesmo, cenas e acontecimentos tão óbvios que chegam a ser ridículos. Talvez eu já não seja apreciadora do 007, já não sou o público alvo, está bem. Mas acho que ninguém olha para aquilo e pensa "É pá, que bem feito! É claro que isto poderia mesmo acontecer!". Vamos lá ver uma coisa: ou se faz um filme real ou se faz um filme de fantasia. Tentar juntar os dois só dá porcaria. E pessoas que mandam nestas coisas: quando um prédio desaba em cima de um homem, à partida ele morre. No máximo parte partes do corpo - várias! - e não se levanta e vai a correr atrás dos mauzões como se tivesse escorregado no chão da cozinha. É só para nos entendermos. 

Profissionais da Crise
Falemos agora de filmes a sério. Eu sei que não é um filme que atraia todos os públicos - não é, definitivamente para as massas. Mas este Profissionais da Crise é qualquer coisa de muito bom principalmente para alguém, como eu, que estuda nesta área. É como se fosse uma aula prática onde vemos a teoria aplicada - e as advertências também.
Como sempre a Sandra Bullock esteve excecional. Cheia de carisma, de tudo de bom. Quanto mais filmes vejo desta senhora, mais gosto dela. Mas falemos então do cabelo dela. Onde é que eu encomendo um igual para mim? Digam-me. E o guarda roupa - que parece quase sempre o mesmo - também pode vir todinho aqui para casa. Ainda tenho espaço, vá.
O nosso Joaquim de Almeida está muito bem mas faz sempre de latino "vilão", não percebo - ou melhor, percebo muito bem.
O filme conta o percurso das campanhas dos candidatos à presidência da Bolívia e como uma assessora/spin doctor consegue virar os resultados. É para vocês verem o poder que a minha profissão tem (ehehehehe). É muito interessante e recomendo principalmente a quem se interessa por este assunto. Muito bom! Relativamente à técnica e afins, bom, nada de extraordinário. Vale pelo conteúdo e pelos "ensinamentos".


 Hunger Games Mockingjay Parte II
Passamos de um filme ótimo para um filme que me fez bocejar de sono, corar de vergonha e olhar três vezes para o relógio.
Não sei se o foram ver. Eu fui vê-lo ao cinema e chorei os 6€ e tal que dei pelo bilhete. O filme não é mau de efeitos especiais (nem podia!). Mas é terrível no que diz respeito ao conteúdo porque praticamente não há nenhum. Mas alguém achou que aquilo ia ser extraordinário, só que é tão previsível mas tão previsível que nem dá para acreditar. O suposto twist que acontece no fim fez-me rir e ter pena do tempo e dinheiro que despendi ali porque já o tinha previsto nos 10 primeiros minutos de filme - como toda a gente que o viu, acho.
Há partes desnecessárias, partes ridículas como zombies e essas macacadas todas que não têm jeito nenhum. O final é péssimo e todo o filme é, como disse, previsível.
Safa-se aqui os bons atores, que os há! O guarda roupa irrepreensível, maravilhoso, que é bonito de se ver. E alguns efeitos especiais (nem todos). Tudo o resto, podem esquecer. Acho que é o pior filme dos quatro.

Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força
Ora bem, como é que eu vou começar isto? Posso começar por vos avisar: eu não consigo ser imparcial com este filme. Não dá. Tomem, portanto, esta "crítica" como subjetiva.
Demorei-me a ir ao cinema por três motivos: o primeiro foi a falta de tempo; o segundo foi ter pensado "deixa lá ir a primeira enxurrada e depois eu vou no sossego com meia dúzia de pessoas na sala"; e terceiro foi o receio de me desiludir já que o realizador mudou. Mas vamos por partes.
Foi um disparate esperar por causa das multidões. Fui 20 dias depois do filme estrear.  A um domingo à hora do jantar. Esperei mais de 20 minutos na fila para comprar os bilhetes e fiquei na terceira fila a contar da frente, encostada ao canto da sala porque o resto estava cheio. Por isso, se querem ver um filme destes, nem vale a pena esperarem. Os problemas vão manter-se.
Relativamente ao medo da desilusão, era real. Seis filmes realizados e pensados por uma pessoa (George Lucas) e agora temos um J .J. Abrams à frente das tropas. Isto podia ter corrido muito mal. Podia recair para o futurismo estúpido que nos faz ter vergonha alheia (e vergonha nossa por estarmos a assistir àquilo). Ou pior. Podia começar ali uma história ramelosa de reencontros cheios de corações e lágrimas. Medo. Muito medo.
Felizmente, graças ao padroeiro dos realizadores iluminados ao qual o J.J. recorreu com frequência, o filme está... como é que eu hei-de explicar isto... MARAVILHOSO! PERFEITO! ESPETACULAR! Quando saí da sala eu só dizia "Meu Deus, que filme espetacular!" (disse isso durante uns 10 minutos e depois calei-me e continuei a dizê-lo só para mim).
Os efeitos estão espetaculares, as personagens são boas, as histórias atrevo-me a dizer que até são melhores do que as dos três primeiros episódios. Um stormtrooper bom? A sério? Espetacular! E mais não conto porque é spoiler! Os reencontros são maravilhosos. A entrada do meu Chewezinho e do Han é muito engraçada - o Harrison não desiludiu! - e a Leia está muito melhor atriz. E giraça! As piadas são perfeitas, na altura certa, parecem naturais...
Até o Finn e a Rey estão maravilhosos. Não desiludiram e são melhores atores que o Luke e a Leia na sua altura. Se tenho que fazer um reparo é ao terrível Kylo Ren. Personagem má, mas não tão forte como o próprio do Lord Vader. Não lhe achei muita graça logo no primeiro passo que deu. Não tinha um andar de malvado. Não impôs respeito. Quando tirou o capacete piorou bastante. Mas tudo a seu tempo. Ele ainda é um pequeno aprendiz das Forças do Mal. Há-de tornar-se melhor... Ou antes, pior. Mas por mim mudavamos-lhe o sabre. Não gosto daquelas coisas a sair ali do lado. Não estamos no Game of Thrones. Os sabres são como são. Não me mexam nisso!
Mas continuando...
Quando no ecrã apareceu "Long time ago in a galaxy far, faz away..." e eu estava à espera daquele STAR WARS gigante acompanhado por aquela banda sonora de arrepiar todos os pelinhos do corpo e reparo que a maioria das pessoas na sala se assustaram por não estarem à espera - a sério? Um minuto de silêncio por essas alminhas. Foi épico minha gente. ÉPICO!
Eu podia continuar a falar e a falar mas não posso porque tenho mais que fazer e vocês também. Vou só fazer referência ao BB-8 que é a coisa mais fofa de sempre. Mas à frente está o pucanino-de-sua-tia, o meu R2-D2. E depois vem o Sheldon C-3PO, fiel a si mesmo.
Em suma, o novo realizador veio trazer a vida, a inovação, a novidade que já não havia. É manter-se fiel às origens mas dar um novo upgrade. Eu não queria ter este trabalho difícil. Parabéns JJ. Esperemos pelos próximos dois episódios. Que a força esteja contigo.

A Travessia
A história é bonita em si, mas a forma como a contam é muito envolvente, inovadora e dinâmica. Gostei principalmente dos jogos de planos.
O ator principal surpreendeu-me. Pensei que era mesmo francês e não é nada. Americano de gema. Sotaque e maneiras impecáveis que conseguiram mesmo enganar-me.
A história, posso adiantar, é de um equilibrista com 24 anos que sonhou um dia estender um cabo entre as duas Torres Gémeas em Nova Iorque e caminhar sobre ele sem qualquer tipo de mecanismo de segurança. Só ele, o arame e o seu incrível equilíbrio.
Como podem ver pela capa e pela história (é uma história verídica pessoal!) ele consegue fazê-lo - não estou a fazer nenhum spoiler - não uma vez, mas 8. Surreal. Todo o filme relata a preparação para este acontecimento que tomou lugar no dia 7 de agosto de 1974. Philipe Petit ainda é vivo e as fotografias deste dia podem encontrá-las na internet. Mas deixo estaestaesta e esta para vos aguçar a curiosidade. O filme vale só pelas imagens maravilhosas de realistas das Duas Torres.

Vi muitos outros filmes. Mas há dois que quero destacar: The Departed do Di Caprio que é fenomenal. Não entendo como é que nunca o tinha visto. Adorei. E principalmente Inception também do Di Caprio. Já o tinha visto, mas na altura não vi até ao fim porque não achei piada nenhuma e porque não gostava do rapaz - vá-se lá perceber como! É crescer e aprender - mas fiz questão de ser o último filme que vi em 2015. Literalmente. Faltavam-me 20 minutos para acabar e tive que desligar (no dia 30 de dezembro) e foi quando faltava 30 minutos para a família chegar a minha casa para dar início à festa de fim de ano que eu terminei de o ver. É tipo Matrix: nunca mais vemos as coisas da mesma forma.


[Sticky&Raw]
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