Por falar em valentins... Aqui estão as minhas valentinas:
Com a minha Rita canto Valete, Da Weasel, Regula e ainda damos uns toques de Eminem. E dançamos também, como se ninguém estivesse a ver. Rimo-nos muito alto e comunicamos só com os olhos. Ela sabe o que eu faria na situação dela e vice-versa - porque somos iguais. Com a minha Rita eu descomplico e entre nós é sempre verão. A Rita é verão e praia ao fim do dia. Nunca vi a Rita triste nem a chorar. Mas já a vi com borboletas na barriga - O que é que sentes? Borboletas... Com a Rita eu estou em boas mãos. Ela pede-me ajuda com os sites e designs gráficos e ela consegue sempre as peças que eu mais quero na Zara. Mas nem precisava, porque por ela fazia tudo sem receber nada em troca. A Rita é a mais velha mas é a que entorna o copo na mesa porque se expressa muito com as mãos e quando se levanta para ir à casa de banho, leva a toalha atrás. A Rita é especialista em esquecer-se de coisas no meu carro. Com ela eu volto à escolinha e só digo parvoíces. E não me sinto tão mal por não saber fazer contas de cabeça porque contamos as duas pelos dedos - e não temos vergonha disso! A Rita é a mais simples e a mais gira. É a que grita "Ó MEU AMOOOOOOOR" quando me vê e quando lhe conto um facto engraçado e parvo da minha vida - que acontece com demasiada regularidade - dizemos as duas em conjunto "QUE TRIIIIIIISTE". É a amiga que mesmo quando estamos todas muito bêbedas ainda é capaz de dizer "Tá mas é quieta aqui à minha beira. Já viste bem o que é que ele tem calçado?! Não lhe dês conversa.". Quando não está presente é que é mais difícil. Com a Rita falo sobre signos e somos as duas muito boas a adivinhar personalidades. Lemos as pessoas à distância. E ela acredita tanto no karma como eu.
Com a minha Mariana tudo é muito mais cínico e muito mais divertido. Com ela aprendi a trabalhar com o caralhinho - não me vou explicar - e com ela eu sei sempre como é que vai ser o dia a seguir a uma noite de copos. É com ela que tiro dúvidas sobre aplicações e tecnologias no geral - sabe tudo! A Mariana é a mais rebelde e a que se está a lixar para o que os outros dizem e pensam dela. É capricórnio como eu. Está sempre gira, mas põe sempre defeitos. A Mariana podia vender brincos à vontade e ainda ia ficar com um bom stock para ela. A Mariana queima a segunda dose de pipocas e fica triste. Fica mais triste quando se apercebe que eu e a Sara já comemos a primeira toda. Sem partilhar. A Mariana não aguenta esperar pelas amigas para ver o Magic Mike XXL e vê sozinha. Mas vai partilhando partes do filme no WhatsApp. É boa cozinheira e muito corajosa. A minha Mariana não tem filtros e diz o que lhe vai na alma - de bom e de mau. As coisas acontecem mais facilmente com ela e passamos umas boas semanas a rirmo-nos das histórias. A Mariana é a mais nova mas é a mais destemida, que não tem medo do que não conhece e vai em frente. Com a Mariana eu sei que independentemente de como a noite começar, ela vai acabar de forma épica... Mesmo que não nos lembremos muito bem dos entretantos.
Com a minha Sara falo ao telemóvel até ao limite - literalmente. E depois continuamos a falar. Ela dá-me queijo e tostas e eu dou-lhe colinho no sofá. A Sara faz questão de me tocar com os pés descalços. Se conseguir chegar à minha cara, melhor para ela. Ela faz-me surpresas e eu faço-lhe surpresas. Somos duas crianças a fingir que somos muito crescidas. Falamos sobre tudo e sobre nada. Acho que sei tudo sobre ela e eu acho que ela sabe tudo sobre mim. Eu sei onde estão as coisas na cozinha dela e ela sabe onde estão as coisas na minha cozinha. Foi a mãe dela que fez o melhor risotto de sempre e diz que nós somos muito parecidas. O pai adora gozar com o meu sotaque e adora que a Sara o grave nesses momentos para depois me enviar. A Sara faz Snaps da minha pessoa e publica-os no Facebook para ter a certeza que todos se riem. Eu gosto de ser a miúda parva, aquela amiga palhaça que faz toda a gente rir. E ela sabe disso. Com a Sara eu rio-me sempre dos dramas que ela inventa na cabeça dela e estou sempre a dizer-lhe se tem comida no aparelho. É com ela que me sento no chão da casa de banho em frente ao aquecedor a falar sobre coisas profundas que normalmente acabam em parvoíce. A Sara é a minha amiga que é da família. Daquelas que conhece os meus tios, os meus primos, toda a gente. E eu conheço a família dela também. Pelo nome. E todos eles me conhecem por causa dos Snaps que ela faz questão de lhes mostrar. A minha Sara tem tanto de parecida comigo como de oposto e eu adoro-a por isso. Fui viver com a minha Sara por uma semana e correu tudo bem. Eu prometi que varria os cabelos e ela cozinhou para mim.
As minhas valentinas são-me tudo. E é difícil imaginar a minha vida neste momento sem elas. Não sou de sentir saudades das pessoas, mas delas sinto. Fico rabugenta e quero estar com elas. Quando estou, tudo passa. Tudo fica bem.
Recitamos A Porta dos Fundos e rimo-nos até às lágrimas com Balas e Bolinhos. Também foi com elas que vi Frozen pela primeira vez. A Sara e a Mariana reviram os olhos e resmungam quando eu e a Rita cantamos Hip Hop como se a nossa vida dependesse disso. Mas por elas também já comecei a gostar um bocadinho de Kizomba. É a elas que eu confesso que gosto muito de Love Yourself do Justin Bieber e elas dizem-me "OMG eu também adoro!". Cedo-lhes sempre a cama e por elas faço sempre o sacrifício de ser a primeira a ir tomar banho de manhã - apesar de ter a fama de ser a que mais durmo.
É a elas que conto tudo em primeira mão. Tudo. Ficamos genuinamente felizes com os sucessos umas das outras e celebrámo-los como e fossem os nossos. Apoiámo-nos incondicionalmente, mesmo quando achamos que vai sair disparate dali. Avisamos, mas apoiamos. Cá estaremos para as consequências. Fazem-me falta todos os dias. E se nós tivéssemos alguém a filmar o nosso último ano da licenciatura, poderia concorrer muito bem com a vida de uma qualquer rock star. Como eu costumo dizer "We work hard and party harder". E temos tantas histórias... Enfim, nenhuma delas gosta de Senhor dos Anéis, Game of Thrones, Jamiroquai ou Star Wars. E devem de ser das poucas pessoas no mundo que mesmo com estes defeitos, eu continuo a gostar delas como se fossem minhas irmãs de verdade.
Sticky&Raw
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