quarta-feira, 12 de abril de 2017

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Cinquenta Sombras Mais Negras (4,7 IMdB)
Finalmente vi. Não estava curiosa como com o primeiro. Talvez porque vi o primeiro e percebi que aquilo não ia melhorar muito. De facto esta dupla é terrível. Nota-se que não há química, não há faísca... Nada. Também não há grandes capacidades de representação.

O filme é básico, os diálogos são péssimos, não há transições entre cenas com lógica e ora se fazem a correr ora se prolongam sem sentido nenhum. Os atores são maus - todos. Os vilões não têm espaço na história e nada se destaca em particular. Nem o sexo. O filme é mau. Ponto. E merece a pontuação baixíssima que tem (não me lembro de ter visto um filme com cotação tão baixa).

Mas é tudo mau? Não. Os cenários são bonitos (não tanto como no primeiro), a banda sonora é engraçada (mas não chega perto do primeiro). De resto, posso dizer que há algum progresso. O Grey está mais Grey - e quem leu os livros compreende o que estou a dizer, já que este ator não soube interpretar o papel no primeiro filme (nem neste, diga-se, mas pronto, escapa). A Anastasia está ligeiramente melhor, já perdeu aquele ar de Kristen Stewart, o que já não é mau. Há um grande investimento na decoração dos cenários, também.

E de bom? Há alguma coisa boa? Há. Duas.
Primeiro, o guarda roupa. A evolução de estilo da Steel do primeiro para o segundo filme é notória. Gostei de tudo. Gostei mesmo do chique despretensioso e dos vestidos de gala, principalmente aquela capa de penas que vemos na imagem em cima. Estou apaixonada. Depois a atriz tem um corpaço incrível e tudo lhe assenta que nem uma luva. Nota 20 também para a maquilhagem e hairstyle da protagonista. Deu-me vontade de ir a correr à minha cabeleireira para dar aqui um jeito e de ir à Kiko comprar um batom igual ao dela. Gira!

Segundo, acho que apesar de tudo se este filme fizer com que as pessoas se sintam mais tentadas a experimentar coisas novas já valeu a pena. Se perderem a vergonha, a inibição ou o medo de parecerem mal em frente à outra pessoa, que venham mais 5 como este. Que sirva para nos incentivar a quebrar rotinas, a aproveitar o momento, a experimentar e a abrir horizontes.

Porém, tenho que confessar que fiquei várias vezes incomodada ao ver o Cinquenta Sombras Mais Negras. O nível controlador, machista, dominador, aquele ciúme exagerado é horrível. É mesmo! Dei por mim a pensar várias vezes durante as 2 horas "Como é que esta gaja aceita que ele lhe fale assim?", "Mas quem é que ele pensa que é para ir ao bar e levá-la com ele?! E pior, como é que ela foi sem reclamar?!","Mas quem é ele para não a deixar ir a Nova Iorque? HUM?!". E pior, há frases como "És minha" ou "Ele quer o que é meu". Se isto não é a objetificação da mulher então definitivamente não compreendo nada disto. E sabem o que é mais triste? É que eu acredito mesmo que isto aconteça na vida real. Que haja realmente mulheres que gostem de ser tratadas assim, que se sintam super valorizadas se o namorado mandar nelas e ficar enciumado. Ele é gostosinho (apesar de que não o queria nem dado que eu não sou fã de maus fígados) e é ricalhaço, por isso, até podia ser um tipo da pior espécie que há mulheres que iam continuar ao lado dele simplesmente por falta de amor próprio e porque gostam daquele estilo de vida. O que tenho receio é que haja quem assista a estas cenas e pense que é normal. Não é. Isto não é normal. As pessoas não se proíbem assim, comunicam, não fazem sexo a torto e a direito em vez de conversarem sobre os problemas e AMBOS cedem. Por isso, não desejem nada parecido com isto porque para além de ser altamente irreal, também não é saudável. 

Vamos lá puxar a nossa auto estima bem lá para cima, vamos valorizar-nos e pensar que não há Grey nesta vida que nos diga que não nos deixa fazer seja o que for. 

Ai o cara*** já!


Sticky&Raw
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